Glória Perez repete em 'Salve Jorge' a receita de suas tramas anteriores

O público sabe muito bem o que esperar de uma novela de Glória Perez: merchandising social, dancinhas e expressões típicas do país retratado, com paisagens embaladas por música instrumental. E ainda vários atores que frequentemente figuram em suas tramas, como Totia Meirelles, Neusa Borges e Vera Fischer. E o que se viu nos primeiros capítulos de Salve Jorge não foge à regra. A única novidade é a escalação de Nanda Costa para o papel da protagonista Morena. A princípio, a ideia da autora era repetir na nova novela o mesmo casal de Caminho das Índias, de 2009 - Juliana Paes e Rodrigo Lombardi. Mas na guerra por elenco da Globo, perdeu sua mocinha para Gabriela. No todo, a falta de ousadias na forma e no conteúdo das tramas de Glória não chegam a ser tão prejudiciais. Com seu público cativo conquistado por sucessos como De Corpo e Alma, de 1992, e O Clone, de 2001, a autora entrega mais uma vez um trabalho coerente com sua trajetória e carregado de apelo popular. A assinatura tão marcante de Glória deixa em segundo plano a evolução de Marcos Schechtman, diretor de núcleo de suas tramas desde América, de 2005. Schechtman trabalhou muitos anos na equipe de Jayme Monjardim, e assumiu a dianteira dos folhetins da autora depois do desentendimento artístico entre Monjardim e Glória. A percepção visual do aprendiz, continua bem semelhante a do tutor. No entanto, Schechtman aos poucos conseguiu criar um andamento de câmara mais ágil, sem perder o vigor nas tomadas de contemplação da natureza, muito utilizada por Monjardim. Na trama, o mito de São Jorge funciona como ponto de encontro entre a Turquia e o Morro do Alemão, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Com agilidade, a produção se sai bem ao misturar cenas ficcionais e reais da pacificação da comunidade, ocorrida no ano passado. No entanto, as imagens e a ab